Wicca, uma Religião da Terra

Eu já dei uma pincelada em alguns aspectos da Arte, se estiver interessado, veja essa introdução clicando aqui!

Mas, o que de fato é a Wicca? Como ela surgiu? Quais são seus aspectos principais e as suas diferenças com outras religiões ou vertentes do Paganismo e da Bruxaria?

Antes de mais nada, é preciso entender que existe uma grande diferença entre: Paganismo, Bruxaria e Wicca.
Veja bem, Paganismo é onde todos nós estamos inseridos, é a Religião da Terra e possui várias vertentes, uma delas é a Bruxaria, não se enquadra bem como religião, mas é uma prática de adoração e comunhão. Dentro da Bruxaria existe a Wicca, que é uma vertente da Religião da Terra, enquadrando-se como uma religião neopagã que resgata os princípios da natureza, dualidade do sagrado feminino e masculino, antigas práticas que chegaram até nós por meio de outras culturas e tradições, e une tudo isso com as práticas e usos modernos para que consigamos adaptá-las ao nosso dia-a-dia.

Eu fiz esse organograma de forma extremamente simples e resumida, que nos ajuda a entender que o Paganismo é o centro de tudo. Paganismo é a essência, é o ser, é o atuar, é a partir dele que as outras denominações e práticas nasceram.

• Toda Bruxa é Pagã;
• Toda Wiccana é Bruxa e Pagã;
• Nem todo Pagão é Bruxo;
• Nem toda Bruxa é Wiccana.

Esses são conceitos simples que nos ajudam a entender a diferenciação entre todas essas denominações. Eu posso ser Pagão sem ser Bruxo, pois o Paganismo é muito mais que isso, ele envolve até coisas além do Druidismo e Xamanismo, que são outras vertentes do Paganismo (falarei sobre eles mais para frente), porém, todas elas nutrem um profundo amor e respeito com a Natureza e seus iguais.

Então, o que a Wicca faz?

Ela é um conglomerado de informações e atuações neopagãs, que nos ajudam a compreender os mistérios da vida e da natureza, bem como entender a essência da Magia em sua forma mais pura. Se você pesquisar em algum dicionário, entende-se por Magia aquilo que não conseguimos compreender, mas as coisas não são bem assim. Magia é tudo o que fazemos, está em nosso cotidiano, é quando moldamos a energia (seja nossa, da natureza, das divindades) e colocamos a nossa intenção para que algo se realize. Mas ela também está no ato de cultivar uma planta, preparar uma comida, enviar boas vibrações para alguém necessitado. E na Wicca nós aprendemos a como lidar com isso, sempre em busca de evolução e conhecimento.
Locais sagrados, como templos e igrejas, são bem associados com religião e a sua prática. Na Wicca não possuímos isso, pois ela por si só é o seu templo. Nós não temos um horário do dia ou da semana para praticá-la, pois é necessário vivenciar sua experiência pessoal! Sendo assim, nós o fazemos todos os dias, 24h por dia, 7 dias da semana. Não existe um livro de normas que vá nos auxiliar e mostrar o que é certo ou errado, mito ou verdade. É a nossa experiência pessoal que vai nos fazer aprender a diferenciar todas essas coisas, por isso a Wicca acaba sendo muito aberta nesse ponto, dando liberdade para o praticante da Arte decidir suas ações e duvidar de algo se aquilo não vai de acordo com o que ele aprendeu, experimentou e acredita.

Desse modo, voltamos ao ponto onde discutimos que a Wicca é uma Religião da Terra, ou pelo menos uma vertente da mesma. E de fato é. Tudo o que fazemos envolve os elementos e a Terra (entende-se por Terra o mundo inteiro, sem delimitações geográficas). Nós celebramos a Roda do Ano, que é o nosso calendário de Sabás e Esbás demarcando a troca das estações, bem como seus ritos de passagem. É uma religião cíclica, onde aqui se faz, aqui se paga. Não acreditamos que exista um lugar para onde os "pecadores" vão após a morte para pagar tudo de ruim que fizeram aqui, pois acreditamos na lei do retorno: "Tudo o que fizeres voltará em triplo para ti", e de fato isso acontece.
Também não possuímos entidades malignas, como demônios. Todos temos luz e sombras dentro de nós, até os Deuses possuem seus lados sombrios, isso faz parte da vida e da morte, bem como a ressurreição. Respeitamos e celebramos tudo o que a natureza tem a nos oferecer, a experiência de viver e amar, de chorar, de sorrir, o sexo e a morte. Pois é algo que todos estamos fadados a vivenciar, e abraçamos isso com amor e alegria pois faz parte de nosso ser.

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A Dedicação e a prática da Magia!

Certo, aprendemos sobre o que significa o trilhar o caminho da Arte, seus desígnios, leis, quais são as funções dos Covens e um rápido resumo sobre o papel de determinada Tradição dentro da comunidade mágica. Aprendemos também sobre o que significa o ato de Iniciação, que é o divisor de águas entre ser ou não ser Wiccano.

"Mas Junior, eu sempre leio em outros lugares as pessoas falando sobre a tal da dedicação. O que é isso?" A dedicação é o primeiro passo que você dá para conhecer os segredos e mistérios da Magia e do Paganismo. É o momento onde você realmente se entrega aos estudos e a partir daí, começa a descobrir que dentro do meio mágico, não existe apenas a Wicca, que ela é apenas uma pequena vertente dentro de um vasto mundo de maravilhas! E é com a dedicação, que você realmente vai saber diferenciar se o que você quer é se iniciar e seguir os caminhos da Wicca, ou se prefere o Xamanismo, Druidismo, apenas a Bruxaria (porque há diferença entre todas essas terminologias) etc.

Para simplificar um pouco, vamos levar para um âmbito mais "palpável", para isso vou me usar como exemplo aqui. Eu faço faculdade de Arquitetura e Urbanismo, num determinado período da faculdade eu começo a ter aulas de cálculo estrutural. Eu nunca fui bom com exatas, e vejo que as chances de eu me dar mal nas provas dessa matéria são grandes. O que eu vou fazer? Me dedicar para atingir a minha meta, que no caso é não reprovar nessa matéria!

A dedicação serve para você se conhecer e conhecer mais sobre o mundo no qual você está prestes a entrar! É uma espécie de "acordo" com os Deuses, onde você se comprometerá a estudar tudo o que puder e por vários canais de conhecimento! Seja por livros, blogs, vídeos, artigos, com outros praticantes. O importante é nunca deixar de estudar, sempre tem algo novo para aprender!

E nunca, jamais, se dê por satisfeito com apenas uma fonte de pesquisa! Sempre duvide do que está lendo e vá procurar novas perspectivas, novos autores, assim você obtém ainda mais conhecimento. Entenda que nenhuma verdade é única, e que até na Wicca temos o charlatanismo! E isso é mais comum do que pode parecer, seja sempre seletivo e desconfie quando a oferenda é farta!

O processo de dedicação pode se assimilar como um "filtro", apenas aqueles que realmente querem se dedicar e obter conhecimento vão dar conta do recado! Não é recomendado para aquele tipo de pessoa que desiste no primeiro obstáculo, tampouco àqueles que acreditam que a Magia é a mesma que a mostrada em filmes. Não, você não vai voar, e embora nós também fazemos uso de varinhas mágicas, infelizmente não conseguiremos espantar um Dementador com um Expecto Patrono e um giro de nossas varinhas!

A Magia é natural, e está em todos os lugares. Você a enxerga com a alma e com o coração, você a sente!

Tendo isso em mente, comece sua dedicação! Comece a estudar ávidamente por todos os meios que conseguir. Não pare! Normalmente, o período de dedicação leva 1 ano e 1 dia por conta do nosso calendário lunar. Mas isso não é uma regra, é o mínimo que uma pessoa deve estudar antes de ter certeza do que quer realmente fazer e trilhar na Arte. Existem pessoas que perduram na dedicação por anos, até realmente obter o conhecimento que acha "suficiente" para completar o seu Ritual de Iniciação.

Existem alguns rituais de comprometimento com a Dedicação, mas eu particularmente não os encaro com grande necessidade. Acredito que se uma pessoa que está começando a Dedicação, significa que ela está em busca do conhecimento básico da Arte ainda, dessa forma, ela não está preparada para realizar um ritual, nem que seja simbólico.

Isso me leva a outro assunto: A prática da Magia sem ter conhecimento, ou enquanto eu estiver estudando.

Todos nós, praticantes, passamos pelo momento de dedicação até completar nosso primeiro feitiço, ritual ou Sabá/Esbá. Sabemos como a demora pode ser frustrante, e ainda mais esperar tanto tempo para começar a realizar tais práticas. Mas também aprendemos que se uma pessoa sem preparo, tenta realizar um feitiço, sem nem ao menos conseguir controlar a energia, a visualização, ou até mesmo criar o mais básico de um campo de proteção, como o Círculo Mágico, o que antes poderia parecer um simples feitiço, acaba se tornando um imenso problema energético que poderá afetar até outras pessoas.

É um assunto muito sério que tem que ser respeitado. Eu não vou ser hipócrita aqui e dizer que eu nunca fiz nada disso. É claro que enquanto eu estava estudando, eu tentava realizar algum feitiço simples. Na maioria das vezes não deram certo, e ficou nisso. Mas não deram certo porque eu não sabia nem o que eu estava fazendo direito! Já pensou no perigo? E se eu causo algum problema energético em mim ou alguém, e depois não consigo consertar? É de se pensar...

Então meus amados, sabemos que o caminho é longo e sinuoso, mas mantenham-se firmes nele! Não desistam porque nós plantamos hoje para colher amanhã, e podem ter certeza que os frutos serão doces e suculentos! Abençoados sejam!

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A relação entre Brasil e Paganismo

Muito se fala sobre Wicca lá fora, suas Tradições e rituais impecáveis. De fato, a comunidade mágica lá fora é bem participativa, e às vezes se torna nossa principal referência mágica. Até porque, a maioria das coisas que sabemos ou que pesquisamos são oriundas de lá.

Mas e aqui no nosso país, o Brasil. Como é que a nossa comunidade se relaciona? Como nos relacionamos com os demais? Eu comecei a perceber e questionar a importância desse assunto depois de ler e conhecer autores Brasileiros, e ter mais contato com praticantes de todo o país.

Pode ser que algumas opiniões minhas contidas aqui nesse texto, venham a se assemelhar com as da Mavesper Cy Ceridwen, do livro Wicca Brasil, Guia de Rituais das Deusas Brasileiras. É um livro que estou relendo, e que super recomendo para quem está começando na Arte, ou até mesmo para aqueles que queiram ficar por dentro das nossas Divindades locais! E por falar nisso, em breve iniciarei as publicações sobre todas as Divindades!  

Antes de mais nada, é importante ressaltar que o Brasil não é, de forma alguma, um país Pagão. Ele é um dos maiores países Cristãos que existem. Nossas raízes pagãs há muito foram postas de lado para dar espaço a uma religião patriarcal importada. Sendo assim, de nada adianta usá-lo atualmente como referência para um exemplo Pagão a ser seguido, pois não há.

Talvez o mais próximo que consigamos chegar do "paganismo" aqui no nosso país são a Umbanda e o Candomblé, e ainda estas são apenas "máscaras" de uma religião Cristã patriarcal. A Umbanda em si, foi criada aqui no Brasil num centro espírita kardecista no Rio de Janeiro em 1911 por Zélio de Moraes, juntamente com seu guia Caboclo das Sete Encruzilhadas. Ela veio para reformular os guias, dando espaço às minorias, que antes eram desprezadas, como a prostituta, a criança, o escravo negro, etc. Seus Orixás, se você parar e estudar, são versões dos santos Cristãos, embora diferentes, sua essência continua a mesma. E isso não é errado e nem pejorativo. É o que é.

O Candomblé sim foi importado por nós como uma religião de raízes africanas e talvez, até mesmo Pagã. Mas pelo menos aqui no Brasil, os lugares que encontramos que praticam sua verdadeira essência Pagã são poucos. O que existe do Candomblé hoje é uma miscelânea com a Umbanda, sendo assim, continuam trazendo a essência patriarcal Cristã.

Então, repetindo, o Brasil não é, e está longe de ser um centro Pagão. Aqui somos a minoria, e viver dessa forma é viver todos os dias lutando contra imposições e tentando se reconectar com as nossas raízes Pagãs. O que me faz entrar em outro assunto: O preconceito que existe com a "importação" de culturas estrangeiras para nós, sendo visto como algo ruim e até algo que prejudique a imagem Pagã daqui, bem como a nossa conexão com a Terra.

CHEGADA DOS COLONIZADORES

Se estudarmos a história de nosso país, veremos que no início possuíamos um hábito 'infeccioso' de importar tradições e costumes de outros lugares. Os belos jardins e a arquitetura franceses, as línguas, as vestimentas, comidas. Tudo isso foi importado por nós, nada nos pertence. Após algum tempo, houve uma revolução onde, para alguns radicais, isso se tornou totalmente intoxicante, e então, estes extremistas passaram a ter comportamentos xenofóbicos com tudo o que não era originalmente Brasileiro.

Mas o que é originalmente Brasileiro? Desde sempre o Brasil pratica essa "apropriação", ou seja, a forma de conhecer novas culturas e trazermos elementos delas para o nosso cotidiano. É algo inerente à nossa espécie e fazemos isso de forma ativa sem as vezes nem darmos conta. Não é ruim. Não é prejudicial, desde que não chegue ao extremismo em excesso.

Ainda nos dias atuais, há quem julgue aqueles que celebram as Divindades Celtas, dizendo que estão "importando" os Deuses de outras terras, e se esquecendo das nossas próprias raízes. Mas eu digo: Sendo a Wicca uma vertente do Paganismo, que é a Religião da Terra, e entende-se por Terra o planeta todo, sem delimitações geográficas, porque eu estaria "importando" e negando as minhas raízes? Os Deuses não ligam para as nossas delimitações geográficas ou nossos idiomas. Eles são seres elevados de pura energia. Eles estão em tudo e em todos, a diferenciação que possuem são apenas nomes e representações, onde todas elas levam à Deusa e o seu Consorte.

E mesmo eu não tendo nenhuma ligação, seja consanguíneo ou ancestral, com os Ingleses Celtas, os Gregos, etc, isso não fará tanta diferença, pois é o meu coração que está chamando e pedindo isso! Tudo o que fizermos com amor, com devoção é válido! E essa é uma das coisas que a nossa religião nos diz, mas que muitos se fazem de cegos na hora de julgar. Todo preconceito, seja ele qual for, de nada tem valia ao real Paganismo. 

A busca pelo Paganismo, em sua essência, como Religião da Terra não é fácil. É preciso um salto quântico para romper com os padrões impostos pelas religiões patrifocais. É preciso romper dois mil anos de grilhões e mordaças embasados nas mitologias judaico-cristãs. É preciso uma redução completa em que nos abrimos a ouvir o chamado da Grande Mãe. É preciso reaprender a escutar as vozes da Água, Terra, Fogo e Ar. É preciso crer em uma cosmogonia igualitária, onde a espécie humana não é mais importante que nenhum animal ou planta. É preciso saber que o solo que pisamos é sagrado, bem como o ar que respiramos, porque constituem o corpo de nossa Mãe". - Mavesper Cy Ceridwen, Wicca Brasil Guia de Rituais das Deusas Brasileiras.

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As Tradições

Dando um segmento na linha de raciocínio dos posts anteriores, e abrangendo um conteúdo teórico mais explicativo e essencial para quem está começando agora na Arte, gostaria de trazer um breve resumo sobre as diversas Tradições dentro da Wicca, especificamente. 

O que temos que saber de antemão, é o significado da palavra Tradição em si. Tradição é tudo aquilo que uma cultura ou um grupo de pessoas segue por determinados costumes da geração passada.

Eis alguns exemplos básicos:

• Comemorar um aniversário ou comemorações em geral;
• Os ensinamentos que passam por gerações de pai para filho;
• O ato de se plantar em determinada época do ano;
• Celebrações locais e regionais, para determinado santo ou data sagrada específica.

Temos um exemplo de país e cultura que segue muito suas tradições: O Japão e toda a cultura oriental. Se você parar para reparar, todos os seus elementos são repletos de simbologia, e isso já vem de uma data muito antiga, que até hoje eles preservam essas crenças, mitos, costumes. Isso é tradição!

Na Wicca em si, a Tradição nos remete à determinadas ações e determinados costumes que são levados como regra na hora da execução. É mais como uma vertente de um modo de vida, onde a pessoa ou o grupo se baseia naquilo para estar bem consigo e com tudo ao seu redor. 

Na minha experiência pessoal, eu percebi que cada vez menos praticantes vêm se aliando a alguma Tradição, justamente por isso acabar acarretando algum tipo de "rixa" entre os grupos. Tendo em vista que cada grupo defende com veemência sua Tradição (e isso não é de todo ruim), mas acaba levando muito para o lado pessoal e egoísta, tendo atitudes preconceituosas com determinados grupos que seguem uma Tradição diferente da sua. Infelizmente isso é muito comum, e acredito que, antes de mais nada, se quisermos passar para os outros, aquilo que acreditamos (igualdade, amor, respeito, união), precisamos fortemente por isso em prática dentro da nossa própria comunidade.

Entendemos como Tradição Wiccana, aquele tipo de "sistema" que se baseiam dentro de alguns pontos que a Wicca e o Paganismo fornecem. Elas são totalmente diferentes entre si, seja no quesito ritualístico, etiqueta, preparo dos instrumentos, devoção à determinada Divindade ou Panteão, se cultuam apenas a natureza ou não. Enfim, existem diversas Tradições e tem pra todo mundo! O que não pode é ter briga!

Porém, uma coisa que é importante ressaltar, é que, de fato, todas as Tradições possuem algumas características em comum, que são alguns pontos básicos da Arte, seja para boa convivência, seja para um relacionamento mais íntimo com as Divindades, natureza e consigo mesmo.

1. A Deusa e o Deus são reconhecidos através de rituais temporais associados à Lua e ao Sol;
2. A Terra é reverenciada como uma manifestação da energia divina;
3. A Magia é vista como uma parte natural e prazerosa da religião, e utilizada para fins positivos;
4. A Reencarnação é aceita como fato;
5. Atividades de proselitismo são consideradas tabu. (Proselitismo entra no assunto religião, catequismo, etc. (Fonte: Os 5 pontos foram tirados do livro A Verdade sobre a Bruxaria Moderna, de Scott Cunningham)

Bom, como eu disse, esses são princípios básicos que toda Tradição acaba acompanhando. Mas é claro que há suas divergências quanto a isso. Não somos robôs programados, temos consciência e o livre arbítrio, sendo assim, existem aquelas pessoas que acabam não concordando com exatamente todos esses pontos, ou tudo o que uma Tradição fala, assim como existem aquelas pessoas que, além de concordarem com tudo isso, ainda seriam capazes de acrescentar muito mais para a lista.

E também existem casos que duas Tradições concordam com todos esses 5 pontos, mas os entendem de maneira completamente diferente. E isso não está errado! A pessoa acredita naquilo que acha correto, que o coração manda e a mente acata! Se eu sinto, com todo o meu coração, que aquilo que acredito faz bem para mim, então nada mais justo do que EU seguir aquilo. E é nesse ponto que voltamos: EU acredito, eu faço. Mas o livre arbítrio e a liberdade de expressão vai até o ponto onde eu impeço o meu igual de possuir o dele!

Galera, esse texto iria ficar gigantesco se eu listasse aqui todas as infinitas Tradições dentro da Arte. Então, eu vou ir escrevendo com calma uma a uma em posts isolados, para que tudo fique bonitinho e de fácil compreensão! Acredito que com essa pincelada que eu dei, vocês consigam entender a essência das Tradições e o porquê delas existirem. Aos poucos vamos falando e voltando nesse tema, para explicar alguns pontos essenciais.

Tenham uma coisa em mente: Nada nem ninguém poderá ser maior ou menor daquilo que você acredita. No final, estaremos sempre tentando fazer o bem e reverenciando os Deuses e a Terra! Pensem nisso com carinho antes de tentarem impor a sua Tradição ou a sua vontade para algo ou alguém.

"Faça o que quiseres desde que não prejudique nada nem a ninguém!"

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Os Covens!

Muito se fala em Covens e grupos de estudo de Magia, mas o que de fato eles são e representam para a comunidade mágica atual? Se você pesquisar no dicionário, irá encontrar definições como: Conventículo, Conciliábulo e Assembléia de Bruxas. E é exatamente isso! As palavras conventículo e conciliábulo significam algum grupo de indivíduos não Cristãos que se encontram de forma "clandestina", ou seja, não existe um culto formal de acordo com as normas padrões da religião dominante atual: o Cristianismo.

Enfim, não existe uma denominação certa ou errada, e nem pejorativa em seu uso. Fato é que um Coven é simplesmente um grupo de estudantes e praticantes de Magia, que se unem para organizar rituais, estudos, meditações, e qualquer coisa que esteja relacionada com a Arte, desde celebrar a Roda do Ano ou apenas ter uma conversa sobre suas experiências, a fim de estreitar os laços de amizade que um Coven deve ter.
Um Coven normalmente segue uma Tradição de Magia específica, cada grupo escolhe a sua Tradição e todos os seus membros são iniciados nela. O que acontece é que, por se tornar um grupo fechado, que não dá tanta abertura para os praticantes externos, isso se torna uma espécie de "panelinha" dentro da comunidade mágica. Como assim? Por exemplo: Um grupo achar que a sua tradição é a mais autêntica, ou não dar crédito pelos praticantes solitários. Infelizmente isso é muito comum de se ver, há essa própria divisão dentro da comunidade. Ouvimos muito sobre unificação, entre outras coisas, mas na prática isso não acontece tão bem quanto deveria.

Quais as características de um Coven?

• Em tese, um Coven pode ser formado por 3 ou mais pessoas, não tem um limite de integrantes.
• Todos os membros servem à mesma Tradição e praticam frequentemente rituais, encantamentos e conversas em grupo.
• Pode possuir uma Alta Sacerdotisa ou um Alto Sacerdote, ou ambos, que são as pessoas com maior "sabedoria" dentro do Coven, e são eles quem irão presidir os rituais, as iniciações, organizar várias coisas.

Basicamente, dentro de um Coven existe uma hierarquia a ser seguida, de resto, é mais um grupo de praticantes da Arte que se unem por um interesse em comum. Seja por não querer estar solitário, seja por compartilhar experiências, ou até mesmo por se sentir mais seguro ou "poderoso" na hora de criar e executar algum feitiço.

Exemplos de Covens em Hollywood

CENA DE UM EPISÓDIO DE AMERICAN HORROR STORY: COVEN

Vou dar dois exemplos simples sobre como um Coven as vezes é representado nos filmes e séries. O primeiro exemplo é o da série American Horror Story: Coven.

Como o próprio nome já diz, a temática da série é voltada para as Bruxas. Um grupo de jovens bruxas que se unem em uma instituição e são orientadas pela "diretora" dessa instituição. Lá elas aprendem a desenvolver seus dons e como usá-los com segurança.

A série ainda nos mostra a figura de uma bruxa que contém todos os dons, visto que cada bruxa nasce com apenas alguns dons especiais, mas não todos, e a que contém todos, é a "Suprema" daquela geração. Acredito que ela possa ser vista como a figura de uma Alta Sacerdotisa. Uma figura imponente, de grande sabedoria e poder, que está ali para guiá-las da melhor forma possível.

BANNER PROMOCIONAL DE SALEM

O segundo exemplo é o da série de televisão intitulada como Salem. Ela reconta a história das Bruxas de Salém, focando o lado da magia, sedução, política e traição que podem acontecer dentro de um próprio Coven. No caso, a figura de maior poder na série seria Mary Sibley, a Rainha da Noite. Na série eles a intitularam como "Samhain" do Coven das Bruxas de Essex. Ela também poderia ser o equivalente a uma Alta Sacerdotisa para nós.

Enfim, Hollywood trás alguns aspectos reais da Arte e acabam dando seu toque especial, de forma que o deixe mais com cara de ficção. Eu sinceramente não vejo isso como uma coisa ruim. É entretenimento, e eu simplesmente adoro essas séries, é bacana ver algo sendo reconhecido.

Galera, eu espero que tenha conseguido passar um pouco do meu conhecimento sobre Covens para vocês, logo mais eu trarei informações a respeito das Tradições, como elas surgiram, entre outras novidades! Avisem a tia, a mãe e a avó que o Livro das Sombras está de volta! Um grande abraço a todos, tenham uma noite abençoada!

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