Boa noite! No post anterior eu comentei sobre os desígnios wiccanianos, código de ética e moral dentro e fora da Arte que todos devem ter. Vou dar continuidade no assunto, agora falando um pouco dos princípios da Wicca. O texto foi retirado do livro A Arte, da autora Dorothy Morrison.
Não resta a menor dúvida de que a Arte talvez seja a religião mais satanizada e incompreendida da face da Terra. E de que a indústria cinematográfica tem sido em grande escala a maior culpada disso, em razão de anos de publicidade negativa. Frequentemente, ela retrata as bruxas como seres malvados, perigosos, vingativos, cultores do Demônio e que adoram fazer o mal para as outras pessoas. É claro que tudo isso está longe de ser verdade. Mas, por mais que essas idéias não correspondam à realidade, o fato é que uma grande parcela da sociedade não só as cultiva, como também as utiliza como estandartes da verdade.
Em 1974, o Concílio das Bruxas Americanas decidiu tomar algumas providências. As bruxas e bruxos adotaram os princípios expostos adiante para definir a Arte, de maneira a ajudar os seus membros a viverem mais facilmente no seio da sociedade. Tais princípios norteiam e delineiam as nossas vidas até hoje. Tais princípios não são somente para os membros da Arte, mas sim para que as pessoas de fora saibam qual o nosso real propósito, eles são:
- Nós praticamos rituais para estabelecer nossa conexão com o ritmo natural das forças vivas, marcadas pelas fases da lua e pelos eixos sazonais.
- Nós admitimos que nossa inteligência nos dá uma responsabilidade única em relação ao ambiente. E, por isso, procuramos viver em harmonia com a natureza, num equilíbrio ecológico que oferece pleno sentido à vida e à consciência, e dentro de um conceito evolutivo.
- Nós conhecemos a intensidade do poder que as pessoas possuem. Por esse poder ser enorme e transcender o mundo ordinário, às vezes é chamado de "sobrenatural", mas o vemos potencialmente no interior de cada pessoa.
- Nós concebemos o poder criativo do universo manifestando-se por meio da polaridade do masculino e feminino, e sabemos que esse poder criativo vive em todas as pessoas e funções através da interação entre o masculino e o feminino. E, por estarmos cientes de que cada um de nós serve de apoio ao outro, também sabemos que ninguém pode ser colocado acima do outro. Valorizamos o sexo enquanto prazer, não apenas como símbolo e incorporação da vida, mas também como uma das fontes de energia usadas nas práticas mágicas e nos cultos religiosos.
- Nós reconhecemos tanto o mundo aparente como o mundo interior ou psíquico, às vezes conhecido como mundo espiritual, inconsciente coletivo, plano interno, etc, e entendemos que a interação dessas duas dimensões é a base para os fenômenos paranormais e os exercícios mágicos. E jamais negligenciamos qualquer dessas dimensões em proveito da outra, porque compreendemos que ambas são necessárias para o nosso crescimento.
- Nós não reconhecemos autoridades hierárquicas, mas honramos aqueles que ensinam, respeitamos aqueles que compartilham seu conhecimento e sua sabedoria, e reconhecemos aqueles que, na liderança, dão corajosamente tudo de si.
- Nós concebemos a religião, a magia e a sabedoria de vida unidas à forma pela qual se vê o mundo e nele se vive, uma visão de mundo e filosofia de vida que identificamos como bruxaria, o caminho wiccaniano.
- Dizer-se "bruxa" não faz de ninguém uma bruxa, e o mesmo ocorre com a hereditariedade em si mesma ou qualquer coleção de títulos, graus e iniciações. As bruxas e os bruxos buscam controlar as forças que estão dentro deles próprios e que possibilitam a vida, de modo que possam viver bem e sabiamente, sem magoar ninguém e em harmonia com a natureza.
- Nós reconhecemos que a afirmação e a plenitude da vida dão significado ao universo conhecido e ao papel que nele representamos, através de uma evolução contínua e do desenvolvimento da consciência.
- Nossa única animosidade em relação ao cristianismo ou a qualquer outra religião ou filosofia de vida encontra-se no fato de que suas instituições proclamam ser "o único caminho", tentando negar a liberdade dos outros e suprimir outras práticas e crenças religiosas.
- Na qualidade de bruxas e bruxos americanos, não somos movidos por debates sobre a história da nossa Arte, as origens dos seus diversos termos e a legitimidade dos vários aspectos de suas diferentes tradições. Pois nos preocupamos apenas com o nosso presente e o nosso futuro.
- Nós não aceitamos o conceito de "mal absoluto", da mesma forma que não cultuamos qualquer entidade conhecida como "Satã" ou "Diabo", definida pela tradição cristã. E também não buscamos o poder através do sofrimento dos outros, nem aceitamos a ideia de que a dor do outro possa trazer benefícios pessoais.
- Nós temos plena consciência de que devemos procurar no ceio da natureza tudo aquilo que possa contribuir para a nossa saúde e o nosso bem-estar.
Além disso tudo, achei importante colocar neste mesmo artigo algo sobre O Credo das Bruxas, também contido neste mesmo livro, que explica três coisas básicas que não só Bruxos, mas todas as pessoas precisam ter! Acompanha um poema divertido para a reflexão!
"Saber,
ousar,
querer,
calar;
estas são as quatro palavras do mago,
Pois para Ousar precisamos Saber.
E para Querer precisamos Ousar.
Nós podemos Querer um império.
Mas, para reinar, precisamos Calar."
Saber: nós precisamos libertar nossa mente de todo entulho, lixo e noções sem valor. Somente assim seremos capazes de nos abrir para as dádivas do conhecimento e da verdade - os presentes dos Anciãos - que nos aguardam.
Ousar: nós devemos ousar para superar nossas ignorâncias e crenças arraigadas. Somente assim obteremos a força necessária para trilhar o caminho da Arte.
Querer: sem a presença da vontade, nossa magia não chega a lugar algum. Para que nossos esforços sejam bem-sucedidos, precisamos querer os nossos objetivos a ponto de nos confundirmos com eles.
Calar: esta é uma questão de duplo aspecto. O primeiro aspecto é que devemos adquirir a capacidade de lidar com a paz e o silêncio do nosso mundo interno, e daí cultivá-los. Somente assim seremos capazes de ouvir as mensagens dos Deuses e a nossa verdade interna. Já o segundo aspecto diz respeito ao mundano. Infelizmente, ainda existe no mundo muita gente intolerante e apavorada, de modo que devemos distinguir aqueles que querem ser realmente esclarecidos. Eis porque o silêncio é sempre necessário para proteger a nós mesmos e a Arte.
FONTE: Textos retirados do livro A Arte, da autora Dorothy Morrison.
Estes ensinamentos vão além, é preciso um tempo para reflexão, refletir sobre cada palavra e entender seu real significado! Quando isso acontecer, você estará no caminho certo, conseguindo discernir dentro de você, apenas ouça a sua magia interior e siga seus conselhos. Obrigado por lerem este texto e estarem acompanhando o blog! Blessed be!!
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